domingo, 4 de janeiro de 2015

Meu vulgo, meu intelecto burro...

Namorei o céu, eu te amo disse para a terra,
casei com a poesia sobre a luz do luar e velas,
posso ser o que penso com o peso do que falo,
andarilho atrás de lixo igual a cachorro magro.

Para medir palavras não tenho régua, nem regras,
as uso como serestas mudas para quem as agrega,
num espaço vazio cheio de vento ecoam pensamentos,
sentimentos neutros que se trombam em momentos.

Parado no tempo de esquina jogando fora conversinhas,
tempo de amarelinha, tempo de joaninha, tempo de trilha,
trilho sobre o trilho do trem do destino, onde o vento dorme,
onde o ronco da tempestade com o ritmo do sonolento vento dança.

O estranho me chama, a poesia reclama sempre para quem a declama,
eu o escuto, um silencio gritante me fala que o estranho do nada ficou mudo,
o estranho confuso, perdido na realidade abstrata e sentimental do mundo,
nada complica mais do que explicar, é como um lápis que morre de tanto apontar... 


Do quarteirão...



No meio da quadra na rua de casa, tinha um beco comprido
um beco sem saida, com criança brincando de noite e de dia,
de dia era poeira, de noite pique esconde perto do pé de conde,
a hora tinha cheiro e passava rapido como sombra de nuvem.

Bem de frente da rua de casa tinha um mato em vasto pasto,
pé de manga, goiaba, palmito, pé de cacto e até de tamarindo,
de criança era lotado, jovens adultos e velhos adultos chatos,
meu avô vendia raspadinha e chipa, e rapadura feita na bacia.

Fôrma antiga de aluminio e forma da fazenda de fogão a lenha,
tantas vezes que perdi a conta de quantas vezes varei balauestres,
balustre de ripa de madeira, quase da mesma do fogão de lenha,
da lembrança das manhãs de bolita e quebra torto na varandinha.

Todo dia quando abria os olhos, acordava sonhando, era tempo feliz,
tempo de giz branco e de cera, um pouco de faceta e imaginação alheia,
sozinho era rodeado de coisas, perto de fulano eu era só mais um sicrano,
enquanto beltrano ainda não tinha chego, até lá eu estava só, em aconchego...


Poesia e razão...


A razão poética é assim, esculhambada,
de forma inútil organizada, sem forma,
com conteúdo para os olhos do mundo,
criança que ouve, vê e escreve rascunho.

Nada explicado, pois foi sentido e escrito,
de jeito bonito, encaixado em sexto sentido,
ave que não é Romana, pois não é Ave Maria,
assim segue a poesia tentando seguir a linha.

Linha imaginaria que quem é cego vê melhor, 
quem é surdo ouve voz, para avôs e para avós,
para todos que nessa na vida tenham nós e vós,
para quem sujou e não sujou o pé na beira do foz.

Poesia quebra como vidro o raciocínio logico,
se tentar juntar, há risco de se cortar, machucar,
dor prazerosa, intensa e melosa, sadismos afloram,
a mente que foca no desfoque da vida que desemboca...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Do tempo...

Do tempo, dele só absorvemos lembranças,
Do tempo de criança, no tempo de esperança,
Do tempo viajantes atentos, nos tornamos suspeitos,
Do tempo detento, prisioneiro em um aberto templo.

Do tempo, contemplo tudo que lamento com lagrimas,
Do tempo que o sereno eram simples partículas ao vento,
Do tempo de flora, que aflora a gloria da aurora do amanhecer,
Do tempo da maloca, malandragem, prazeres da roda de prosa.

Do tempo do pantanal, mangues, açudes, lagos e vários flamboyants,
Do tempo da poesia que nunca tive em mim, mas que vivia em volta,
Do tempo de roda, ciranda e cambalhotas, do tempo de balaios de mandioca,
Do tempo de piá, moleque pé sujo, profissional em correr e andar sobre muros.

Do tempo do preconceito, onde a liberdade da mente era o principal conceito,
Do tempo da preza, onde a amizade era a unica moeda,  do tempo de vielas,
Do tempo de becos e favelas, do tempo de barracos de lona preta e madeira,
Do tempo que passou, quase que o tempo me matou, vivi, vivo e vivendo eu vou... 

A troco da percepção...

Percepção de um jovem amanhecido,
café e pão, flashes de doses de absinto,
novo sentimento em um novo delírio,
como em um solo de Hendrix, eu sinto.

manha, tarde e noite, a madrugada é bastarda,
filha de poetas, músicos, mágicos e prostitutos,
filha de todos os pensamentos do mal e do bem,
e ainda sim existem poréns e améns, ou talvez?!

Tão curto espaço de tempo, madrugada alada, sem medo,
não que nesse espaço não exista medo, prevejo,
charretes flamejantes queimando sonhos de perfeição,
dos restantes inocentes que ainda sobrevivem em ilusão.

Tentando ser terra em mundo alagado, logo viro barro,
sirvo de casa para João, e vejo que a tristeza esta na televisão,
vi muita coisa e sei que não sou ninguém para dar alguma lição,
só informação, poesia eterna a troco de nada, só por amor e paixão...

Nunca será igual, pois ninguém é o primeiro...

trancafiado, mas sempre afiado,
fiado de boteco sempre falido,
honrado, desde o inicio corrompido,
comprimido, o mesmo do inicio do vicio.

Assim, a morte parece tão simples,
o medo da imaginação se liberta,
a loucura que liberta causa sequela,
tramela quase quebrada, mente quase aberta.

explico o que é pra sentir e sempre me confundo,
tentando achar respostas rápidas e claras,
mas sempre tropeçando e caindo em duvidas,
o céu que ilustra o meu dia, é o que deixa a mente difusa.

Vejo rostos em entulhos de lixo, urubus sorrindo de dor,
o mundo lindo, cheios de pessoas que transmitem pavor,
vida, amor, calor, morte, frio, acabou... A bomba explodiu,
também, a cabeça pensante nem quase tinha um pavio
...